Massas de ar frio vão ficar cada vez mais frequentes a partir de agora. O pulso de ar frio que ingressou no Rio Grande do Sul durante a sexta-feira trouxe ontem mínimas nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia.
Massas de ar frio que ingressam nesta época do ano em sua grande maioria não são de forte intensidade, afinal não é comum que incursões frias sejam potentes ainda sob o verão astronômico. Por isso, os dias não chegam a ser frios como no inverno. Março sequer chegou a sua metade e o verão só acaba oficialmente pelo critério astronômico em 20 de março. No fim de março, às vezes, e mais comumente em abril costumam ingressar massas de ar frio de maior potência.
NOVA MASSA DE AR FRIO NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA
Modelos numéricos projetam que uma nova massa de ar frio vai avançar pela Argentina e chegar às latitudes médias da América do Sul no próximo fim de semana, mas no decorrer da semana a temperatura estará em gradativa elevação, embora não haja expectativa de forte calor na maioria das regiões. A nova incursão de ar frio do fim de semana que vem novamente não deve ser de forte intensidade e, como é habitual nesta época do ano, a influência do ar frio se dá por curto período e logo volta a aquecer. Os dados de hoje sinalizam a possibilidade de marcas abaixo de 10ºC na Campanha e no Sul gaúcho no próximo domingo.
TEMPERATURA ABAIXO DA MÉDIA NAS PRÓXIMAS SEMANAS
A tendência é de temperatura predominantemente abaixo ou próxima dos padrões históricos nas próximas semanas com a maior frequência de ingressos de massa de ar frio. Isso vai fazer com que a maioria dos dias seja de temperatura agradável ou amena, embora se preveja que alguns tenha calor que é ainda normal em março.
INFLUÊNCIA DA LA NIÑA NO FRIO
O fenômeno La Niña segue atuando no Oceano Pacífico Equatorial, o que favorece uma maior frequência de ingressos de massa de ar frio durante o outono e a chegada do inverno mais cedo. Deve ser o segundo outono seguido com La Niña no terceiro ano consecutivo com a atuação do fenômeno, o que na história recente somente ocorreu em 1998-2001, 2007-2009, 2010-2012 e agora 2020-2022.
Conforme o último boletim semanal da NOAA, a agência climática do governo dos Estados Unidos, a anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central estava em -1,1ºC contra -0,8ºC e -0,6ºC, respectivamente, nas duas semanas anteriores. Assim, o resfriamento está na faixa considerada de moderada intensidade
A NOAA projeta 77% de probabilidade de o fenômeno seguir no outono (março a maio), seguindo-se a transição para neutralidade (56% de probabilidade de maio a julho). Com isso, muitas cidades devem se ressentir de chuva mais abundante até a próxima estação e as consequências da estiagem ainda serão sentidas por longo período.Fonte: MetSul Meteorologia