De acordo com o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil do RS, coronel Júlio César Rocha Lopes, o alerta hidrometeorológico de 24 horas só não é válido para as regiões Sul e Metropolitana de Porto Alegre. Nas demais, atenção máxima.
"Todas aquelas populações, principalmente aquelas ribeirinhas, que vivem às margens dos rios, fiquem acompanhando os noticiários, redes sociais e os alertas da Defesa Civil. Ao primeiro sinal de chuva forte, evite sair de casa. Não corra riscos desnecessários. Mas, se tiver que sair, fique atento a buracos e bueiros abertos, desconecte aparelho da corrente elétrica, não toque nem tente retirar fios caídos nas vias, faça contato com familiares não atingidos, não se abrigue embaixo de árvores e postes e evite passar por pontes onde o nível de rios e arroios subiu", destaca.Em caso de emergência, a recomendação é ligar para os números 190 ou 193.Rio IbirapuitãEm Quaraí, a chuva parou e, aos poucos, as famílias voltam para casa. Mas toda a Fronteira Oeste permanece em alerta.A cheia do Rio Ibirapuitã atinge pelo menos 10 bairros de Alegrete. São 66 famílias em abrigos montados pela prefeitura. Outras 760 famílias estão na casa de parentes, amigos ou barracas.As lonas ajudam a dar um pouco de privacidade. Os móveis retirados de casa às pressas lotam um ginásio."Estamos alojados aqui, o tratamento é muito bom. É acolhedor e tudo, mas nada como a casa da gente", comenta o auxiliar de obras Uashington Petrocelli.A dona de casa Jéssica Santos Lima está no ginásio da Escola Oswaldo Aranha junto com os filhos e o marido há cinco dias. Mais uma vez, precisou deixar tudo para trás."Sensação de frustração, porque não tem o que fazer. Contra a água a gente não pode lutar", diz.A prefeitura pede ajuda com doações de colchões, roupas, alimentos e produtos de limpeza, que podem ser entregues na Defesa Civil municipal."O rio tinha estabilizado, está estabilizando, na realidade, está recuando nas laterais. É algo tranquilizante. Mas como tem essas chuvas, nós estamos sempre em alerta", diz Renato Grande, diretor da Defesa Civil de Alegrete.Rio VacacaíEm São Gabriel, em torno de 900 pessoas tiveram as casas atingidas pelas águas do Rio Vacacaí e precisaram se abrigar com parentes ou amigos. Nesta segunda, o nível do rio começou a baixar, e a família do carpinteiro Adriano dos Santos foi uma das que conseguiram voltar ao lar."Eu fiquei em cima do galpão. A minha família, meus netos, foram para a minha filha. É braba a situação", lamenta.Na casa da professora Lizandra Marques Farias, porém, além de a água estragar os móveis, uma árvore caiu no telhado e aumentou o prejuízo."Muito triste, porque tu trabalhas para adquirir as coisas. Não está fácil para ninguém, e aí vem a água e leva tudo! Quem se responsabiliza? Complicado", reclama.Na Serra, a chuva começou a causar transtornos. A ponte que liga Cotiporã a Bento Gonçalves está interditada.Já as balsas que conectam Nova Roma do Sul, Nova Pádua e Veranópolis não estão operando devido às cheias no Rio das Antas.O estado também está atento à formação de um ciclone extratropical entre a costa gaúcha e a de Santa Catarina."Junto com ele, vai trazer ventos fortes e até intensos, deixando o mar agitado", explica a meteorologista Vanessa Gehm Rodrigues.