O fenômeno La Niña, associado a águas mais frias do que o normal no Oceanco Pacífico, chegou a fim após três anos. O anúncio foi feito hoje pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) e já era aguardado ante as condições oceânicas e atmosféricas dos últimos dias. Com o término do evento, a tendência é de o Rio Grande do Sul começar a ter chuvas mais frequentes, de acordo com a meteorologista da MetSul, Estael Sias.
As precipitações mais seguidas devem ser apenas em certos períodos, como se viu em fevereiro e neste começo do março, portanto, o adeus ao La Ninã não deve causar o fim da estiagem que assola o Rio Grande do Sul. Isto ocorre porque a atmosfera ainda responde por um certo tempo ao padrão que predominava, no caso nos últimos três anos.
O Pacífico tem três fases possíveis que são La Niña, neutralidade e El Niño. Não se passa direto de Niña para Niño ou vice-versa sem um período de neutralidade, seja ele curto ou longo. Muitas vezes neutralidade no sinal das águas do Pacífico é confundida com normalidade, até por meteorologistas, mas são situações distintas. Neutralidade não é normalidade.
Quando o Pacífico Equatorial está neutro, podem ocorrer extremos comuns aos sinais tanto de El Niño como de La Niña. E saindo de um evento de três anos de resfriamento, a tendência nos momentos iniciais da fase neutra é de um padrão ainda mais perto de La Niña. Mais tarde, em meados do outono – mais para o fim – e no inverno e primavera pode se instalar um evento de El Niño, conforme múltiplas projeções de modelos de clima e oceânicos de longo prazo. Aí os sinais da La Niña terão sumido faz tempo.
O que é o El Niño
Um evento de El Niño ocorre quando as águas da superfície do Pacífico Equatorial se tornam mais quente do que a média e os ventos de Leste sopram mais fracos do que o normal na região. A condição oposta é chamada de La Niña. Durante esta fase, a água está mais fria que o normal e os ventos de Leste são mais fortes. Os episódios de El Niño, normalmente, ocorrem a cada 3 a 5 anos.
As projeções da Universidade de Columbia, de Nova York, indicam para no trimestre de abril a junho, quando ainda há colheita, 1% de probabilidade de La Niña, 75% de neutralidade e 24% de El Niño. No trimestre de maio a julho que encaminha o inverno de 2023, 1% de chance de La Niña, 75% de neutro e 24% de El Niño.