Só um Gre-Nal poderia arrumar a casa em um início tão ruim de Brasileirão. Pois a do Grêmio, pode ter jeito.
Na Arena, pela sétima rodada, o Tricolor contou com uma noite iluminada de Suárez e aplicou 3 a 1 no Inter, com direito a jogar com um a menos em quase todo o segundo tempo.
O uruguaio fez gol e participou dos que marcaram Bitello e Villasanti. Johnny descontou.
O resultado que devolve esperança aos comandados de Renato Portaluppi certamente explode o trabalho de Mano Menezes, que acumula cinco derrotas seguidas.
Uma hora antes da partida, os mistérios foram desfeitos. E, em tese, valeram a pena. Porque os dois técnicos apresentaram novidades.
Renato reativou a ideia de três zagueiros, usada contra o Palmeiras. Vina, que esteve gripado desde quinta-feira, ficou no banco.
E Bruno Uvini foi o escolhido para jogar. Assim, formou trio com Bruno Alves e Kannemann.
Em tese, eles adiantariam Fábio e Reinaldo nas alas e dariam segurança a um meio sem um volante clássico, com Villasanti, Carballo, Bitello e Cristaldo, além de Suárez na frente.
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Mano surpreendeu na lateral direita. Sem Bustos, usou Rômulo, que já fizera a função no Juventude.
Na esquerda, Thauan Lara seguiu na equipe. Johnny voltou ao time, com Campanharo, Alan Patrick e Mauricio. Na frente, Pedro Henrique e Luiz Adriano.
Grêmio foi quem teve a iniciativa. Antes dos dois minutos, depois de recuperar a bola na área em uma tentativa do Inter, Bitello escapou pela direita.
Houve uma trama e Fábio cruzou. Reinaldo apareceu do outro lado e bateu para o chão.
A bola subiu e Suárez dividiu com Keiller e Moledo cortou. Na volta, Fábio cruzou e Bitello cabeceou para fora.
A resposta do Inter não virou gol por detalhe. Campanharo ganhou na força no meio e entregou para Johnny. Ele foi esperto e fez uma jogada de futsal com Luiz Adriano.
O pivô do camisa 9 foi perfeito e a conclusão do volante só não entrou porque explodiu no travessão.
O início elétrico se transformou em vantagem para o Grêmio. Eram seis minutos.
O Inter saiu jogando curto e errou. Um passe mal dado e uma proteção mal feita de Johnny ficou com Kannemann, e respingou para Suárez. Aí entrou a genialidade.
Ele fez que devolveria e saiu pelo outro lado.
De fora da área, ele disparou. A bola fez uma curva e entrou no ângulo. Explosão na Arena: Grêmio 1 a 0.
Imediatamente, o Inter esteve perto de empatar. Mauricio ergueu no miolo da área, Alan Patrick ajeitou e Luiz Adriano concluiu para fora.
Aos 15, outra chance. Os colorados ficaram com a bola por mais de um minuto trocando passes, até Johnny receber na área.
Ao chutar, foi travado por Bruno Alves no último instante. Aos 22, uma falta no bico da área. Alan Patrick bateu ao gol, Bruno Uvini desviou, mas o lance acabou anulado por impedimento.
Mesmo que estivesse em dificuldades, o Grêmio foi cirúrgico na segunda oportunidade clara, aproveitando mais um presente do Inter.
Eram 30 minutos. Um ataque despretensioso tricolor poderia ter sido facilmente cortado por Thauan Lara.
Mas o lateral entrou molenga e perdeu a dividida para Villasanti. O paraguaio entrou na área e só deslocou de Keiller: 2 a 0.
Aos 35, o Inter voltou a levar perigo. Após cobrança de falta para a área, a bola foi cabeceada e Grando deixou escapar.
Mercado chegou atrasado e não conseguiu alcançar. No último lance da etapa inicial, Mauricio foi atingido por Kannemann em uma dividida dentro do círculo central.
Chorando, o jogador saiu na maca e foi direto para o vestiário, com suspeita de deslocamento do ombro.
Segundo tempo com expulsão e gols
De Pena entrou em seu lugar, no intervalo. No Grêmio, também houve mudança: Bruno Alves, com dores no pé, saiu para a entrada de Gustavo Martins.
Com o ingresso do uruguaio, Pedro Henrique foi para o lado direito. No Tricolor, Gustavo seguiu na faixa do substituído, como zagueiro pelo centro.
No sétimo minuto, o plano dos três defensores foi por água abaixo. Kannemann, que tinha levado um cartão amarelo por atrapalhar uma saída de bola de Keiller no primeiro tempo, acertou no meio de Pedro Henrique.
O árbitro viu e o advertiu pela segunda vez. Cartão vermelho.
Seis minutos após a expulsão de Kannemann, Renato fez mais uma troca: saiu Cristaldo, entrou Galdino. Mano precisou de oito minutos.
E foi para o tudo ou nada: Moledo fora, Wanderson dentro. Em um primeiro momento, Johnny baixou para zagueiro.
O jogo ficou em meia-linha. O Inter foi todo para o ataque, o Grêmio se retrancou de vez. Mas não havia conclusão.
O Colorado girava de um lado para o outro sem encontrar espaço para concluir.
O Grêmio, de novo, foi mais contundente. Aos 19, Suárez ganhou mais uma vez da defesa e recebeu na frente. Como havia prometido, não fez uma arrancada de 50 metros.
Fez de 30. Inteligente, o uruguaio freou o contra-ataque de três contra dois e deu para Bitello, do outro lado. O meia driblou quem tinha pela frente e chutou forte: 3 a 0. Com um a menos, o Grêmio goleava o Inter.
Alemão entrou no time de Mano Menezes, saiu Luiz Adriano. No Grêmio, Cuiabano foi chamado para o lugar de Bitello.
Aos 27, o quarto gol não saiu por preciosismo. Johnny perdeu a bola no meio do campo e Suárez arrancou. Passou para Villasanti, que perdeu tempo, mas ainda assim driblou Keiller.
Serviu Galdino, que carimbou Mercado. Suárez, sem goleiro, jogou para fora. As últimas trocas coloradas foram Nico Hernández e Jean Dias, para saídas de Rômulo e Campanharo.
Só administrando, Renato fez as últimas trocas: tirou Suárez, aplaudido de pé, e colocou Vina. Também saiu Fábio para a entrada de Thomas Luciano.
Logo no primeiro lance, o lateral gremista levou um drible e ficou caído, mas o chute de Wanderson foi defendido por Grando.
Aos 41, Johnny descontou para o Inter. Após cobrança de escanteio, ele antecipou a defesa e cabeceou, diminuindo o vexame.
Nada que mudasse a festa tricolor. Se havia um princípio de crise do lado azul, ele se transferiu por inteiro ao vermelho.
Fonte: GZH
Foto: Anselmo Cunha / Agência RBS
Mais de 38 mil pessoas foram na Arena na tarde deste domingo.