Ciclone extratropical se forma na costa do Rio Grande do Sul a Leste e Sudeste do estado no decorrer desta segunda-feira. Em um 2023 marcado por ciclones de alto impacto no estado gaúcho, o ano termina com uma profunda área de baixa pressão que vai causar chuva, vento e tempestades. Embora ciclones possam ocorrer em qualquer época do ano, é muito menos comum que se formem nas latitudes do Rio Grande do Sul no Natal. Nesta época, os ciclones passam ser mais frequentes nas latitudes médias no Hemisfério Norte enquanto no Sul tendem a se concentrar mais perto das região antártica.
O período do ano mais propício para ciclones nos litorais do Uruguai e do Rio Grande do Sul vai entre a metade do outono e meados da primavera, especialmente no inverno, quando estas espirais de baixa pressão no Atlântico Sul impulsionam as massas de ar frio para o Brasil. Apesar de muito menos comuns no final do ano, formações ciclônicas no período de Natal não são inéditas. Há 28 anos, às vésperas do Natal, um vórtice ciclônico sobre o continente foi responsável por volumes extremos de chuva no Leste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina com graves consequências.
O que vai ocorrer agora? Uma área de baixa pressão avança entre a madrugada e manhã desta segunda-feira para o Rio Grande do Sul. À tarde, a baixa pressão se aprofundará rapidamente na costa gaúcha e seguirá se intensificando à noite ainda a Leste do estado e do Uruguai, movendo-se para Leste.
Na terça-feira, o ciclone extratropical se organiza mais e ganha força, entretanto estará se distanciando do continente e terminará o dia muito longe da costa do Sul do Brasil, atuando em mar aberto no Atlântico Sul, sem oferecer riscos para a área continental. TEMPORAIS SÃO O MAIOR RISCO NO CICLONE De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, temporais são o maior risco durante o processo de formação do ciclone (ciclogênese) nesta segunda-feira com possibilidade de tempestades localmente severas com vendavais. Com a atmosfera aquecida sobre o Sul do Brasil, o risco de episódios de vento muito forte de curta duração aumenta ainda mais à medida que se espera a formação de uma linha de instabilidade que vai avançar pelo Sul do Brasil, Nordeste da Argentina e o Paraguai. Podem ocorrer ainda eventos localizados de chuva muito intensa em curto período com acumulados muito altos, capazes de gerar alagamentos e inundações repentinas em algumas cidades. No geral, porém, os volumes de precipitação não tendem a ser muito altos porque a instabilidade será de passagem rápida.
VENTO CICLÔNICO Haverá dois momentos de vento durante a atuação deste ciclone. No primeiro, quando da sua formação, podem ocorrer alguns vendavais na passagem de fortes áreas de instabilidade. São rajadas fortes de curta duração e típicas de temporais. No segundo, com o ciclone maduro na costa, o vento ocorre com rajadas que se intercalam com vento fraco a moderado por horas. Por isso, na segunda metade da segunda-feira o tempo estará ventoso em diversas regiões gaúchas e na terça ainda no Leste do estado, especialmente em pontos perto do oceano, como o litoral. Na maior parte do interior gaúcho, o vento será calmo a fraco na terça.
Os ventos ciclônicos, que sopram por maior números de horas, como ocorre neste tipo de sistema, tendem a ser mais fortes no Sul e no Leste do estado, com rajadas, em média, de 60 km/h a 80 km/h. Isoladamente, as rajadas podem ser mais fortes na costa e na Lagoa dos Patos. IMPACTOS DO CICLONE As tempestades isoladas associados à formação do ciclone podem provocar danos em alguns pontos do Sul do Brasil. Na sequência, os ventos ciclônicos que sopra por um maior número de horas podem gerar alguns transtornos como cortes de energia e quedas de árvores. A navegação deve ser evitada por risco de naufrágio no Guaíba e na Lagoa dos Patos, especialmente considerado que é um período de festas. A MetSul chama atenção ainda para mar agitado e ressaca na costa, que poder ser forte, entre terça e quarta-feira no litoral do Sul do Brasil. fonte MetSul Meteorologia