- Quando a gente começou o processo à vereança, a gente logo compreendeu que essa democracia não nos representa. Tivemos a candidatura mais votada e não entramos (na Câmara de Vereadores). Vários partidos tiveram vereadores quem nem fizeram votos e entraram como suplente. Fizemos uma campanha sem dinheiro, com poucos militantes e no meio de uma pandemia. Concorremos com candidaturas milionárias e mesmo assim fizemos uma votação histórica - relata Alice Carvalho, 24 anos.A jovem concorreu pelo PSol e obteve, na eleição de 2020, a votação mais expressiva entre todos os candidatos a vereador de Santa Maria. O número de votos também foi o maior já alcançado por um concorrente pelo mesmo partido ao Legislativo municipalNa prática, ela não assegurou uma vaga no parlamento da cidade por conta do coeficiente eleitoral. Isso porque, em Santa Maria, cada partido deveria fazer, no mínimo, cerca de 7 mil votos para garantir uma vaga. Como o PSol não alcançou a marca, não teve direito a eleger seus representantes.
- Eu saio com sentimento de vitória, independentemente da cadeira. A gente conseguiu aglutinar muitas pessoas no nosso projeto que é transformador e feito de maneira coletiva. O fato de muita gente ter acreditado nele foi muito positivo, pois com a nossa candidatura conseguimos mostrar que uma Santa Maria diferente é possível e representativa. Sou uma mulher negra, socialista de periferia, o que coloca a necessidade de mudança. Com certeza vou continuar mobilizando as mesmas pautas, mesmo não eleita. Esse votos são de todo mundo e os frutos desse movimento serão muito bem colhidos - acrescenta a jovem.Moradora do Bairro Tancredo Neves, na Região Oeste, Alice tem 24 anos, é formada em Psicologia pela Universidade Franciscana (UFN) e cursa mestrado na Unisc. Em 2018, Alice concorreu a deputada estadual pelo PSol, aos 22 anos, obtendo a marca de de 6.701 votos. Ela acompanhou a apuração em casa, na companhia do pai, da mãe, do irmão, do namorado e de militantes partidários. fonte https://diariosm.com.br/