Após o anuncio de eficácia divulgado pela AstrZeneca e a Univeridade de Oxford, a fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a instituição, a previsão é vacinar 65 milhões de brasileiros no primeiro semestre do ano que vem e outros 65 milhões nos últimos seis meses de 2021. A expectativa da Fiocruz é começar a vacinação entre o fim de fevereiro e o início de março.
O aumento de 30% no alcance da vacina ocorre porque a estratégia que se mostrou mais eficaz é a de usar meia dose — e não uma dose inteira — na primeira etapa. A vacina de Oxford foi administrada de duas formas diferentes: na primeira delas, os voluntários receberam metade de uma dose e, um mês depois, uma dose completa. Nesse grupo de voluntários, a eficácia foi de 90%. Já no segundo grupo, que recebeu duas doses completas da vacina, a eficácia foi reduzida a 62%.
— O que nos deixa mais otimistas é que esse protocolo com eficácia de 90% traz um ganho de rendimento porque a primeira dose será com quantidade menor da vacina. E isso tem impacto muito significativo porque permite que o número de pessoas que vão receber cresça 30% — diz Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.
A produção do imunizante pela Fiocruz e a aplicação da vacina, no entanto, ainda dependem da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A AstraZeneca informou que se prepara para submeter imediatamente os resultados de eficácia às agências regulatórias ao redor do mundo, incluindo a brasileira.
Segundo Krieger, havia a expectativa de produzir 200 milhões de doses para vacinar 100 milhões de pessoas no Brasil no ano que vem.
— Vamos conseguir produzir 260 milhões de doses e vacinar 130 milhões de brasileiros (em 2021) — diz Krieger.
A estratégia de priorização de quem receberá a vacina ainda está sendo definida, mas é provável que sejam priorizadas as pessoas mais vulneráveis, como os idosos, e os profissionais de saúde.
Não está descartado, porém, começar a vacinação em regiões do Brasil que estejam com altos números de infectados no momento em que o imunizante estiver disponível.
— A vacina pode ser usada para diminuir a propagação da doença (em uma determinada região), mas hoje, com a doença espalhada para todo o país, tende a ser (aplicada) nas populações mais vulneráveis, profissionais de saúde e, gradativamente, ser expandida de forma bastante signficativa — afirma Krieger.
Ele considera que mesmo os 65 milhões de vacinados no primeiro semestre contribuirão com a redução da propagação da doença no país. Serão aplicadas duas doses. A primeira terá menos imunizante. A segunda, de dose completa, será aplicada 28 dias depois.
Fonte: GZH