A ideia é levar população para locais públicos e em sistema drive-thru. Plano deve entrar em ação em 2021 após autorização da Anvisa Após o governo federal apresentar o Plano Nacional de Operacionalização da vacina contra a Covid-19, nesta quarta-feira, a prefeitura de Santa Maria definiu os primeiros detalhes de como será a imunização na cidade. Em reunião com a participação do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e integrantes da secretária da Saúde, ficou acertado que a vacinação será realizada de forma descentralizada, com a aplicação das doses ocorrendo em espaços públicos, como praças, shoppings, pelo sistema drive-thru, além dos postos de saúde.
O método foi o mesmo utilizado na vacinação contra o H1N1 e que, no entendimento do Executivo, evita aglomerações. Ficou definido que a imunização será realizada em três turnos por dia: manhã, tarde e noite.Além disso, Pozzobom garante que, caso os governos federal e estadual não repassem a totalidade de vacinas necessárias para o cumprimento de cada etapa do plano, a prefeitura irá adquirir as doses com dinheiro próprio.
- Estamos em uma situação de pandemia e vamos pegar o dinheiro de onde precisar. Nós já temos dinheiro que foi destinado para ajudar no combate ao coronavírus. Como temos essa previsão orçamentária, neste momento, dinheiro é o que menos importa. Estamos em uma pandemia - afirma Pozzobom.
Neste momento, técnicos da prefeitura trabalham em como irá ser operacionalizada a imunização e quantos profissionais serão necessários para cumprir cada fase do plano.
- Se for necessário contratar, nós vamos contratar. Vamos fazer tudo que está ao nosso alcance. Se precisar de 20, 30, 40 enfermeiros, nós vamos fazer isso - garante Pozzobom APOIO DA UFSM
Mesmo sem a definição de qual vacina será aplicada primeiro em todo o território nacional, já que depende de liberação por parte da Anvisa, o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann, afirma que a universidade está à disposição para ajudar a armazenar as doses em ambiente climatizado. A vacina produzida pela Pfizer, por exemplo, precisa ser armazenada a uma -80°C, já a de Oxford pode ser armazenada em uma geladeira de 2°C a 8°C.
Em um primeiro levantamento, realizado nesta quarta-feira, a universidade afirma ter disponíveis, ao menos, 10 freezers que chegam a temperatura de -80° e outros 20 que tem capacidade para atingir -20°C.
- Estamos fazendo um inventário para ampliarmos essa capacidade. Esses freezers estão ocupados com pesquisas e precisamos fazer esse remanejamento. Até sexta-feira, devemos ter um levantamento mais preciso - afirma Burmann. PLANOS
O fato de o plano do governo federal não apresentar datas para o começo da imunização é questionado pelo presidente da Sociedade Riograndense de Infectologia, Alexandre Vargas Schwarzbold, que também coordena os testes clínicos da vacina de Oxford/AstraZeneca no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm):
- O plano é muito vago e não define claramente o cronograma para a aplicação de vacinas. E isso exatamente porque não se tem acordo firmado, exceto com a de Oxford/AstraZeneca. Com exceção também do estado de São Paulo com a Sinovac.
A apresentação das fases de vacinação, que foi detalhada pelo Ministério da Saúde, é o que há de mais concreto segundo Schwarzbold. Porém, isso não apresenta perspectivas de quando toda população realmente será imunizada ao vírus.
- O governo federal não consegue prometer se é até maio, junho ou até metade do ano terá sido vacinada parte da população. O que é colocado é um padrão no mundo, que é o consenso de que populações vulneráveis e profissionais da saúde são prioritários. Isso é claro no programa, mas diz pouco porque não define cronograma ou que tipo de vacina - explica.
*Colaborou Leonardo Catto fonte https://diariosm.com.br/