A secretaria informou a situação ao Ministério Público (MP-RS), e os relatórios produzidos pela Vigilância Sanitária e Epidemiológica devem ser repassados até quarta-feira (17).
Os residentes começaram a ser vacinados no dia 27 de janeiro, segundo a ILPI. Segundo estudos, a eficácia máxima da vacina é atingida após duas doses.
Primeiramente, alguns idosos começaram a apresentar febre e dor no corpo. No entanto, no dia 1º de fevereiro, uma residente precisou ser hospitalizada e faleceu com suspeita de Covid-19. Após a confirmação epidemiológica, feita dois dias depois, foi iniciada uma série de ações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da própria ILPI.
Segundo a SMS, foram feitos testes rápidos e RT-PCR nos 62 idosos e nos 41 funcionários da casa geriátrica. Quarenta idosos tiveram resultado positivo e 22, negativo. Dos casos positivos, 32 foram transferidos para outros locais, como leitos do Centro Covid e de hospitais da cidade, entre sábado (13) e esta segunda (15). Cinco já receberam alta e voltaram pra casa de familiares, mas dois precisaram ser internados na UTI.
Os outros oito aguardam em isolamento por vagas para serem transferidos. Os residentes que testaram negativo para a doença permanecem no local em observação.
Josette Soares Pereira, que tem o pai e três tias morando no local, conta que o pai e uma tia-avó precisaram ser removidos ao hospital, mas outra tia não resistiu e morreu.
"Foi uma coincidência infeliz. A gente jamais vai saber se tinha alguém contaminado, se foi a baixa imunidade, não tem como saber. Mas não vejo nem nunca vi negligência por parte deles", diz.
Entre os trabalhadores, 29 testaram positivo e 12, negativo. A secretaria requisitou ao proprietário, por meio de um termo de notificação, que afastasse imediatamente todos os funcionários com sintomas gripais.
Na averiguação, a SMS também encontrou irregularidades como o uso de copo de vidro em bebedouros e a utilização de toalhas de tecido nos banheiros, entre outros pontos que estão em desacordo com o Plano de Contingência de ILPIs.
Idosos - especialmente os que vivem em instituições - são prioridade na vacinação contra a Covid-19. Isso porque a mortalidade é maior entre essa faixa etária.
Em asilos, é difícil manter medidas como distanciamento social. Além disso, os profissionais que trabalham nesses locais entram e saem diariamente, deixando todos mais vulneráveis.
O sistema imunológico reage de duas maneiras quando entra em contato com um organismo estranho. A primeira é a resposta inata, que já nasce com a gente. A reação é quase imediata. As células de defesa dão o alerta para outras células de que existe uma infecção e começam a combater o invasor. A segunda resposta, adaptativa, é adquirida ao longo da vida. Se trata do anticorpo produzido para combater uma doença específica e que fica na memória do nosso organismo. A vacina induz este tipo de reação.
Mas o envelhecimento torna todo esse processo menos eficaz. “As células de defesa do nosso organismo agem de uma forma um pouco mais lenta. É muito importante inclusive o diagnóstico precoce dessas doenças”, explicou Maisa Kairalla, geriatra e coordenadora da Comissão de Imunização da SBGG, ao Jornal Nacional.
Por isso mesmo a vacina é tão importante para quem tem mais de 60 anos, para compensar essa perda de capacidade causada pelo tempo, principalmente se, ao longo da vida, a pessoa não teve hábito saudáveis, com boa alimentação e exercícios físicos.
Leia a nota da instituição
"A instituição desde o inicio da pandemia vem adotando as todas as medidas preventivas. As pessoas idosas foram vacinadas no dia 27 de janeiro e, 48 horas após, começaram a apresentar sintomas como febre e dor no corpo, que, no primeiro momento, se pensou em efeito pós-vacinal (médico e a vigilância epidemiológica), ficaram sendo monitorados.
No dia 01/02 uma idosa necessitou ser hospitalizada vindo a falecer com exame covid positivo. Após o resultado foi informado a Secretaria de saúde e os familiares sobre o surto de covid na instituição
Muitas pessoas idosas que apresentaram exame covid positivo não apresentaram nenhum sintomas. Havia 73 pessoas idosas, onde 08 evoluíram a óbito.
A instituição atende pessoas idosas fragilizadas, representando mais de 60% dos hóspedes, muitos em cuidados paliativos, sendo a abordagem em conjunto com os familiares. Nos últimos 4 anos a média de morte anual na instituição foi de 21 pessoas." fonte https://g1.globo.com/