Como já era esperado, pela terceira semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta – nível de risco máximo previsto no modelo de Distanciamento Controlado. Os indicadores da 45ª rodada de monitoramento do Distanciamento Controlado, divulgados no final da tarde desta sexta-feira (12), comprovam a pressão sobre a capacidade de atendimento hospitalar do Estado. Mais do que isso, os dados apontam para uma piora em todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar.Entre esses indicadores estão o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na quinta-feira (11), houve recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas. Por conta desse cenário e em uma tentativa de conter a piora dos indicadores, o governador antecipou na semana passada que o Estado permaneceria todo em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março e com a suspensão da cogestão, não permitindo a flexibilização dos protocolos pelas prefeituras.
“Para se ter uma ideia, há 30 dias, tínhamos 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com covid. Passamos para 2,4 mil pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”, resumiu o governador Eduardo Leite.
Mesmo considerando o aumento de 3% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos confirmados com covid-19 em UTI fez com que se mantivesse quase a totalidade dos leitos de UTI do Estado ocupados, inclusive fora dos leitos regulares. Por conta desse índice, foi mais uma vez acionada a salvaguarda que aplica automaticamente a bandeira de nível máximo a todas as regiões.
Na 43ª rodada (divulgada em 26 de fevereiro), o Estado tinha 229 leitos livres para atender covid. Na semana passada (44ª rodada, dia 5 de março), esse número passou a ser negativo, com déficit de 25 leitos. Agora, o Estado registra uma falta de 213 leitos de UTI.
Segundo a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, a mobilidade na circulação continuou em um “patamar que poderia ter sido bem menor”. “Talvez municípios não tenham conseguido na mesma medida fazer uma mobilização e parece que as pessoas perderam o medo, então a esperança é que começaremos a ver os primeiros reflexos dessa parada estratégica de atividades econômicas para que tenhamos uma redução no número de casos novos e de interações”, afirmou