Bruno Covas, prefeito eleito da cidade de São Paulo em 2020, morreu neste domingo (16), depois de enfrentar a luta contra a doença desde 2019. Na última sexta-feira (14), foi diagnosticado com um quadro irreversível.“Eu gostaria de ser lembrado por aquilo que me motiva a fazer política, que é mudar a vida dos que mais precisam”, disse Bruno Covas em entrevista ao programa Diálogo com Sergio Conti, após assumir a prefeitura de São Paulo em 2018."Nós vivemos uma crise social, semearam uma divisão no país, entre brancos e negros, entre sul e norte, entre elite e povo, entre héteros e homossexuais, entre homens e mulheres, entre católicos e evangélicos, entre opressores e oprimidos. Ao semearem a divisão para se perpetuar, estamos hoje colhendo raiva e intolerância. Além da crise política, crise econômica, crise social, temos a crise moral. Aí sobram exemplos negativos e faltam bons exemplos a serem seguidos”, discursou, ainda como deputado, em 2016, quando votou a favor do impeachment da então presidente, Dilma Rousseff."São Paulo foi às urnas, São Paulo falou e agora nos cabe o papel de ouvir e interpretar. São Paulo diz que quer experiência. São Paulo disse que quer continuar sonhando com a redução da desigualdade social, garantindo, através da responsabilidade fiscal, justiça social. A esperança venceu os radicais no primeiro turno e a esperança vai vencer os radicais no segundo turno", afirmou após o primeiro turno das eleições municipais, em 2020."Meu avô dizia que é possível conciliar política e ética, política e honra. Agora, acrescento, é possível fazer política sem ódio, fazer política falando a verdade”, disse em seu discurso de vitória do segundo turno das eleições à prefeitura de São Paulo, em 2020."O negacionismo está com os dias contados. Prevalecerá o diálogo, a conversa, a construção coletiva, a compreensão de que há mais em comum entre nós do que as nossas visões distintas nos separam. No caso da pandemia o inimigo é um só: o vírus. E o momento exige união. O vírus do ódio e da intolerância também precisa ser banidos da sociedade. As crises sociais e econômicas provenientes da pandemia são profundas. Por isso é fundamental conversar de forma generosa e aceitar as diferenças. Ninguém pode ser dono da verdade", discursou Covas quando tomou posse de seu segundo mandato da prefeitura de São Paulo, em 2021."Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal.", disse quando reassumiu o cargo de prefeito após dez dias de licença médica, em fevereiro de 2021.“Em três, quatro dias, que eu comecei a me tratar de uma infecção e descobri que eu estava com câncer. É um soco na cara, é um carro a 200 por hora que bate na parede. Você fica: ‘que que aconteceu, como assim?’. Eu, com 39 anos de idade, prefeito da maior cidade, de São Paulo, tô aqui enfrentando um câncer", relatou Covas, em novembro de 2019, sobre como foi descobrir a doença.
'Mais um desafio a ser superado'
"Mais um desafio a ser superado. Vou enfrentá-lo como sempre: confiante, de cabeça erguida e grato pelo apoio e carinho de todos vocês", disse quando decidiu que não iria se afastar do cargo para se submeter a um novo tratamento contra o câncer, em fevereiro deste ano.
'Enfrentar, combater e vencer'
“Enfrentar, combater e vencer. A luta pela vida continua, e com você ao meu lado, a vontade de vencer é gigante. Obrigado por estar sempre aqui, filho. Eu te amo”, afirmou Covas, quando teve que enfrentar um novo tratamento contra o câncer, em abril de 2021.
'Mais uma batalha vencida""Mais uma batalha vencida. Tenho fé que vou vencer cada obstáculo. Agradeço a todas as orações, as mensagens de carinho, a força que vocês têm me dado. Peço desculpas por não conseguir responder a tantas mensagens que chegam por aqui, pelo WhatsApp, pelo telefone. Sintam-se todos abraçados. Agradeço sinceramente por serem tão generosos comigo.”, disse o prefeito, em postagem nas redes sociais quando deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em maio deste ano. fonte https://g1.globo.com/