Grades cortadas, tiros, bombas, fuga com malotes, confronto com a polícia e prisão. Assim foi a simulação de assalto a banco no centro de Santa Maria na noite de segunda-feira e que teve um grande público. As ações fazem parte de um treinamento de policiais da Brigada Militar para um possível confronto com criminosos. Era uma encenação, mas teve disparos de fuzil calibre 556, explosão de granadas e parecia um vídeo de uma ação de verdade. Criminosos fortemente armados entraram em confronto com seguranças de uma empresa de transporte de valores no Distrito Industrial, roubaram o local e fugiram.
Logo depois, eles foram até o Banco do Brasil da Avenida Rio Branco, onde fizeram reféns, entraram na agência bancária e roubaram malotes. Parte dos assaltantes armados ficam do lado de fora dando tiros para o alto enquanto outros integrantes entram na agência, roubam vários malotes e fogem.
Mais tarde, durante a fuga, eles largam os reféns na saída da cidade quando deixam Santa Maria pela estrada do Perau, que liga o município a Itaara.Após a polícia ser acionada, policiais da força tática do 1° Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Brigada Militar montaram um cerco com apoio de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Polícia e criminosos entraram em confronto com os policiais e acabaram presos. Os criminosos foram algemados, levados à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) da Polícia Civil, onde fizeram o registro da ocorrência.Após o assalto, a BM isolou o local e acionou a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP). Os peritos fizeram o levantamento do local do crime, apreenderam cápsulas deflagradas pelos criminosos e fizeram a coleta de impressões digitais dentro do banco.Segundo a Brigada Militar, cerca de 2 mil pessoas foram ao centro da cidade para acompanhar a simulação. As imagens do roubo a empresa, do confronto e da prisão dos criminosos, que aconteceram em outros locais da cidade, foram transmitidas em um telão ao lado da agência bancária.
Diversas autoridades da segurança pública estavam presentes. O subcomandante geral da BM, coronel Douglas da Rosa Soares, coordenou as ações. Conforme o coronel, os grupos criminosos fortemente armados começaram a agir nos roubos a bancos na modalidade “Novo Cangaço” no Rio Grande do Sul em 2016. Por isso os treinamento são constantes e ajudam os policias a estarem preparados para possíveis confrontos.
– Essa modalidade ali pelos anos de 2016, 2017 e principalmente 2018 os criminosos acabaram batendo aqui no Estado, onde nós tivemos mais de um evento do “Novo Cangaço” por semana. Nós temos 52 semana e chegamos a ter mais de dois roubos por semana no Rio Grande do Sul. Por conta desses casos, as forças de segurança púbica tiveram que se especializar em fazer o enfrentamento desse tipo de crime. Fruto de muito trabalho, e também trabalho científico, nós conseguimos fazer esses enfrentamentos e posso dizer que tivemos apenas dois crimes deste tipo esse ano – explica o coronel Douglas.