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ALERTA: CICLONE FOI O PRIMEIRO DE VÁRIOS EVENTOS EXTREMOS E ALTO IMPACTO NO RS
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Publicado em 26/06/2023
ALERTA: CICLONE FOI O PRIMEIRO DE VÁRIOS EVENTOS EXTREMOS E ALTO IMPACTO NO RS
O ciclone extratropical dos dias 15 e 16 de junho deste ano entrou para a história do clima do Rio Grande do Sul como um dos maiores desastres naturais da história do estado. Oficialmente, o sistema deixou 16 mortos, um dos maiores saldos de vítimas fatais resultante de fenômeno meteorológico já observado no estado.
O ciclone trouxe vento acima de 100 km/h no Litoral Norte, mas as consequências foram em grande parte resultado do excesso de chuva. Os acumulados em 24 horas ficaram entre 200 mm e 300 mm em áreas dos vales e do litoral perto da Serra do Mar. Porto Alegre teve o mais alto volume de chuva em 24 horas no mês de junho de toda a sua série histórica iniciada em 1910.
Os volumes extremos de chuva em curto período geraram o mais perigoso tipo de enchente que são as inundações repentinas ou relâmpago, que ocorrem muito rapidamente, com a água subindo metros em alguns pontos em curto intervalo. Foi o que fez que casas, carros e pessoas fossem arrastados pela correnteza.
A Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estima que os prejuízos causados pelo ciclone extratropical podem chegar a um bilhão de reais. Até hoje, os prejuízos são calculados em 500 milhões de reais, conforme informado por 22 cidades que preencheram decretos de situação de emergência, mas o número vai aumentar.
PRIMEIRO DE VÁRIOS EXTREMOS PELA FRENTE
O ciclone deste mês de junho não será o último evento extremo deste ano. Sob a influência do evento de El Niño que se tornará forte a muito forte nos próximos meses, podendo configurar mesmo um episódio de Super El Niño, o segundo semestre deste ano e os primeiros meses de 2024 serão um período de risco muito elevado de extremos meteorológicos no Sul do Brasil.
O maior risco nos próximos meses serão episódios extremos de chuva e vento, notadamente de chuva. As precipitações tendem a ficar acima a muito acima da média com eventos de chuva com acumulados altíssimos em curto período ou sequência de dias.
O período mais crítico começa no fim do inverno, atinge o seu pico na primavera, e prossegue durante o verão, podendo se estender ao outono de 2024, uma vez que o outono de anos seguintes ao ano de começo de El Niño tem grande propensão para excesso de chuva, como se viu em 1941, na grande enchente da história do estado.
Há um risco muito alto de elevada frequência de temporais de vento, raios e granizo durante o segundo semestre deste ano e no verão de 2024, uma vez que a atmosfera estará muito mais úmida e com temperatura acima da média. Calor e umidade são os ingredientes principais para tempo severo.
Modelos reforçam preocupação
Os dados de modelos numéricos para o segundo semestre deste ano reforçam a preocupação com eventos extremos de chuva e tempestades. Os dados são consistentes em indicar não só chuva acima a muito acima da média como temperatura acima da média.
El Niño ganha força
O El Niño se intensifica nos próximos meses e é cada vez maior a probabilidade de um evento ao menos de forte intensidade. Há modelos projetando, inclusive, anomalias de temperatura da superfície do mar jamais documentadas no Pacífico, o que faria com que o El Niño de 2023/2024 fosse excepcionalmente intenso, mas a intensidade a que pode chegar o evento ainda é questão em aberto.
Reportagem/JFV
Fonte/Metsul
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